O MISTÉRIO DOS INCAS E O POVO PERUANO ( final )

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Inúmeros emails e telefonemas pedem-me mais uma matéria sobre a viagem ao PERU. Entre os diversos temas propostos, figura o misterioso desaparecimento do império INCA bem como  aspectos da gente peruana, sabido que me interesso muito mais  pelas pessoas do que pelas coisas materiais.

A chegada de Francisco Pizarro e seu pequeno exército espanhol foi precedida de previsões que indicavam a vinda de deuses que chegariam pelo mar e tomariam conta do império inca, que nessa época contava com uma população de cerca de quinze milhões espalhada por quase toda a América.  Não eram todos do grupo inca, os chamados filhos do Sol, mas de povos subjugados e submetidos ao reinado inca. Cusco era maior e mais populosa do que muita capital da Europa na época.

Como foi possível derrotar esse enorme contingente, que tinha elevado grau de cultura e estava bem organizado militarmente ?  Como foi possível que essa civilização, assim como a azteca, desaparecesse sem deixar maiores vestígios ?  Aí reside um dos grandes mistérios da humanidade, que tem um acréscimo na medida em que se visita as famosas linhas de Nazca, cujas figuras só podem ser vistas de avião .

O que se sabe é que Pizarro se aproveitou de uma divergencia entre os irmãos Huascar e Ataualpa, bem como conseguiu alianças com povos subjugados pelos incas, que queriam vingança e desforra.

Um dos últimos redutos incas estava em um desfiladeiro do Vale Sagrado, lugar chamado de Ollantaytambo, às margens do rio Urubanba. Eram fortalezas construidas em pontos estratégicos, que facilitavam sobremaneira a defesa. Além disso tinham visão privilegiada da região do Vale Sagrado.

Importante é salientar que o Vale Sagrado desempenhou papel relevante na vida dos incas, que se estabeleceram nas suas proximidades para desfrutar da incrível fertilidade das terras, onde construiram terraços que perduram até nossos dias. Cultivavam vários produtos, entre os quais o milho, cuja espiga gigante só ali é produzida, vários tipos de batata e até arroz.

Ollantaytambo, a última cidadela inca conhecida (até hoje os pesquisadores andam atrás da derradeira e foi assim que Hiran Binghan descobriu Machu Picchu) é um lugar fascinante para se conhecer e percorrer.Requer um pouco de resistência e destreza, pois para subir ao templo do sol é necessário escalar 257 degraus de pedra, irregulares, íngremes, sem corrimão, às vezes sob um vento gelado que vem dos Andes. Uma verdadeira prova para meus setenta e tres anos, que foi vencida com esforço, mas valeu a pena, tendo chegado ao ápice sob aplausos dos mais jovens.  A vista lá de cima do Vale Sagrado valeu a pena. Um deslumbre indescritível.

A partir daí o desfiladeiro é tão estreito, às margens do rio Urubanba , que só foi possível construir a estrada de ferro, que passa inclusive por vários túneis. Por isso que se diz que foi por aí que os incas se escapuliram dos espanhóis e magicamente desapareceram, se evaporaram. Alguns falarmque seu derradeiro refúgio foi na floresta Amazônica, o rio Urubamba vai desaguar no rio Amazonas, e se trata do famoso ELDORADO, uma cidade toda de ouro, até hoje não descoberta e que Indiana Jones andou procurando em seu último filme.

Quanto à gente do Peru, as pessoas que encontrei, tive uma boa impressão. Gente simpática, bonita, prestativa.  Falaram de assaltos, de que os turistas eram importunados.  Não vi nada disso.

Os vendedores de artesanato gostam de pechinchar e negociar. Dão um preço e vendem por menos da metade do que pediram.

Assisti espetáculos de danças típicas e achei lindas as roupas andinas, sempre coloridas, muito vermelho.  Os chapeus não são nativos.  Foram trazidos pelos ingleses que construiram a estrada de ferro e foram adotados pelas mulheres mestiças.

Em uma das excursões um casal de argentinos se perdeu e nós perdemos mais de uma hora esperando por eles. Foram afinal localizados na chefatura de polícia. A guia, peruana, chegou às lágrimas quando agradeceu a tolerância de nosso grupo com o incidente. Disse ela que não costuma ver esse tipo de solidariedade nas excursões a seu cargo. Voces são gente, disse, voces são povo. Que bom !

Finalizo dizendo que foi uma viagem inolvidável,, que deixou saudades na ANA e em mim. A praça do beijo, com sua estátua, em Miraflores, junto ao shoping Larcomar é um dos mais bonitos de Lima. Inspirador.

DELENDA CARTHAGO - SALUD E BESOS - ARRIBA

5 comentários:

Gervasio ANdrade Barretto disse...

Caro Medeiros,

Fiz a caminhada do Caminho dos Incas em 1995, de Cuzco até Macchu-Picho em 4 dias. No retorno de trem, aviastamos em Ollantautambo la pela 4 das madruga, um OVNI que desapareceu atrás de uma das grandes montanhas do local.
Antes de conhecermos a Europa ou USA, temos que conhecer a terra dos INCAS.
Gervasio Andrade Barretto
gervasio4@gmail.com

Anônimo disse...

Mui estimado colega Medeiros, dizem que o banco do brasil abriu uma linha de cdc Antecipação Benefício Especial Temporário (BET) - PREVI.
Bem, pelo menos na minha conta nao vi nada referente a isto, o colega tam alguma informacao concreta se é verdade.

Abraço fraterno Viana

Anônimo disse...

Sinceramente, penso que esse foi o beijo mais bonito já registrado. O beijo de Amor e Respeito. Dignamente dado, coincidentemente, na Praça do Beijo.
Que o exemplo de Vocês seja seguido.
Continuem Namorando.

Medeiros disse...

Caro Viana,

Abriu sim. Pode procurar o BB para saber dos detalhes do empréstimo com base no BET.

Anônimo disse...

Prezado Medeiros,

Aproveitando o tema da viagem, houve no passado uma calorosa discussão na cúpula de nosso bloco econômico, o Mercosul, sobre a admissão ou não do país andino. Na sua abalizada opinião, caro dr. Medeiros, o senhor é favorável à entrada do Peru?