O Henrique Pizzolatto foi bastante lembrado na reunião da Previ.
Ele era o diretor de seguridade da Previ em 1999, eleito por nós. Os outros eleitos eram o Sergio Rosa, diretor de participações, e o Erik Person, diretor de planejamento.
A Previ tinha recém saido do episódio de mudança de estatutos, no final de 1997, quando aconteceu a famosa engenharia financeira que levou para o BB mais de 5 bilhões de reais, fechou o plano 1 e criou o Previ Futuro.
O Tarquinio havia sido indicado para Presidente da Previ porque fora o responsável no Governo Federal, trabalhava no Tesouro, pela capitalização do Banco do Brasil, operação onde a Previ teve que adquirir ações do BB por valor acima do mercado.
Existiam investimentos complicados e deficitários, como o Magik Park, em Aparecida, o complexo hoteleiro em Costa do Sauípe, o terminal portuário em Ponta do Felix, e tantos outros.
Os dirigentes de associações, assessorados na época pelos competentes Rui Brito e Egidio Piani, organizaram uma frente poderosa para fazer denúncia aos órgãos de imprensa e processar os responsáveis pelos desmandos, entre os quais o ex diretor João Bosco, que agia em nome daquele famoso diretor do BB que declarara que estava operando no limite da irresponsabilidade.Lembram ?
Conseguiu-se marcar, então, uma reunião das associações de aposentados com o presidente da Previ e o Pizzolatto, para debater a situação tenebrosa. Fui escolhido democraticamente como o porta voz dos participantes da reunião.
O resto voces já sabem. O Pizzolatto perdeu a compostura na reunião e terminou ofendendo gravemente um dos dirigentes de associação presentes, interrompendo sua manifestação, por considera-la longa e burra. Num outro encontro, brigou com o Rui Brito.
Quando veio a intervenção na Previ, pouco tempo depois, Pizzolatto e os demais diretores eleitos lançaram um manifesto protestando contra a interferencia indevida do BB na Previ, manifesto que foi amplamente divulgado e figura nos documentos históricos da FAABB. Vejam que ironia.
Com a vitória do Lula, o Pizzolatto, que participou da campanha eleitoral como assessor e captador financeiro, foi guindado a diretor de marketing do BB e a presidente do conselho deliberativo da Previ, como prêmio pelo seu operoso trabalho.
Envolvido no mensalão, com o Delubio e o Marco Valério, foi processado e condenado a nove anos de prisão. Está recorrendo, como todos os demais condenados, e por isso se encontra em liberdade provisória.
Falaram até que o Pizzolatto teria fugido do país, o que não era verdade.
Pois sabem quem encontrei no Galeão, aeroporto do Rio de Janeiro, em meu retorno ? Acertaram, o Pizzolatto. Estava indo para Brasília. Estou mostrando as fotos dele, de longe. Infelizmente meu celular tinha pouco poder de aumento. As fotos estão em más condições, mas dá para ver que é o próprio.
Está magro, envelhecido, trôpego e humilde, muito humilde.
Cito o Pizzolatto porque o caso dele deve servir de paradigma para quem ocupa cargo importante.
Pizzolato ostentava uma arrogância enorme quando no auge de sua carreira, diretor de recursos vultosos de publicidade, coordenador de campanhas de marketing, como a do time de vôlei brasileiro, e presidente do conselho deliberativo da Previ, onde se decidia o destino de Daniel Dantas. Amigo de ilustres personalidades do PT, como Gushiken, com quem terminou se desentendendo,José Dirceu, Delubio SOares, etc.
E´que o caso dele demonstra que um dia a casa pode cair. Um dia a arrogância pode dar lugar para a humildade, a descortesia para a súplica, a prepotência para a simplicidade, o cortejo dos bajuladores para o isolamento e a solidão.. Pizzolatto sabe disso. Provou o fel da amargura. e se diz injustiçado e de que foi vítima de uma armação.
O erro do nome dele nesta postagem, várias vezes, é de propósito. Foi uma das reclamações dele comigo numa carta que guardo até hoje.
Qualquer semelhança com fatos atuais é mera coincidencia.
REMEMBER Pizolato. Se cuidem . A vida dá voltas. A arrogância, muitas vezes, é castigada.