Saiu finalmente o impeachment. Mas saiu capenga. Dilma não ficou inabilitada para exercer cargos públicos. Foi uma manobra urdida nos bastidores. Lançou uma nódoa em cima da vitória expressiva obtida no Senado. Causou frustração e divergências jurídicas.
Alguns aspectos me chamaram atenção no julgamento.
Gostei muito da acusação da advogada Janaina. Também gostei do esforço e da construção da defesa do ex ministro Cardoso. Fez o que foi possível. Mas a causa era perdida.
A condução do Presidente do STF foi firme . Mas no final possibilitou o destaque e a votação separada, que beneficiou a ex presidenta. Não gostei.
A reação da Dilma ao impeachment foi mal educada. Não quis receber a comissão que foi lhe notificar. Continuou alegando golpe e disse que vai lutar para reconquistar a presidência. Declarou guerra ao novo governo que chamou de usurpador. Alimentou, com isso, as manifestações violentas que estão acontecendo em algumas capitais.
Acho que o apoio popular legítimo para ela tem sido mínimo. Em Brasília na Esplanada dos Ministérios, cercada, onde se esperavam vinte mil, não tinham nem trezentas pessoas.
Agora é esperar o que vai acontecer no Governo Temer. O que vai mudar ? Quem vai sair ? Vão mexer no aparelhamento ? Vai terminar o jeito PT de governar denunciado pelo jurista Miguel Reale como esperteza malandra ? O que vai ocorrer no Banco do Brasil, na CEF e no BNDES ?
Vou aguardar para ver. Torcendo. Só o bom humor do mercado não basta. É preciso ação.
Amanhã de tarde transmito ao Lahorgue a presidencia da AFABB RS. Hoje vou limpar as gavetas e me despedir. Foram muitos anos à frente da associação. Saio com saudade, de consciência tranquila e de cabeça erguida. Procurei fazer o melhor e dar tudo de mim a favor da causa das pensionistas e dos aposentados do Banco do Brasil. Deus sabe. É o que basta !