DEBATE SOBRE CASSI NA AFABB RS

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A CASSI está na ordem do dia.  A ANS quase interviu na CASSI porque ela estava com desequilíbrio financeiro.  O BB antecipou, como adiantamento, 360 milhões da verba referente ao décimo terceiro.

No momento a crise foi superada. Em termos, pois existem queixas de  que a CASSI está deixando de honrar alguns compromissos e tem hospitais inconformados cancelando convênios.

Por outro lado a consultoria ACCENTURE apresentou relatório apontando falhas de gestão e apontando sugestões.  Esse relatório está restrito a um número reduzido. Deveria ser melhor e mais amplamente divulgado para que se saiba onde ficam os gargalos por onde se esvaem os recursos da CASSI.

Se discute se a maior culpa pela má situação da CASSI é dos eleitos ou dos indicados pelo BB.


O BB não esconde que quer se livrar do peso dos aposentados. Ofereceu cinco bilhões para se desobrigar e com isto melhorar seu lucro, pois tem que fazer provisão no balanço. Essa proposta era desvantajosa para nós pois a verba agora figurante no balanço do BB é de nove bilhões. O BB sempre quer ter vantagem. É realmente guloso.

Para debater esses assuntos que podem nos afetar profundamente AFABB RS marcou para o dia 12 de março um debate em seu auditório, as 14,00 horas, com transmissão pela internet para todo o país, entre representantes das quatro chapas que concorrem nas eleições para a  CASSI.


                  As eficientes funcionárias da AFABB RS

Não vai ser um debate chato e burocrático. Vai ser um debate quente. Sobre temas vitais. Queremos ouvir não só ideias e programas mas como os candidatos vão agir lá dentro, enfrentando pressões e a lei da mordaça. 

Quem quiser assistir no auditório, onde terá chance de participar, deve se inscrever desde já na secretaria da Afabb Rs ou por telefone  pois os lugares são limitados. 

Todos as chapas já confirmaram sua presença.  Essa iniciativa louvável da diretoria da AFABB RS faz parte das comemorações dos trinta anos de existência da entidade. Eu estarei presente. Depois do debate, vou escolher em que chapa vou votar.

Vamos que vamos.

QUEM VOCÊ PENSA QUE É ?

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Essa pergunta foi feita por um infiltrado no blog. Quem você pensa que é  para desafiar Banco do Brasil e a poderosa Previ. Me chamou de ser inferior, um mero suplente de conselheiro deliberativo, já idoso. Em vez de perturbar o trabalho dos bem remunerados e bem qualificados dirigentes deveria me recolher para cuidar dos netos.


Já me chamaram de muita coisa. Relapso, de afirmar inverdade, de covarde por renunciar o mandato, de velho, por ter quase oitenta anos, mas de ser inferior foi a primeira vez.

                                                 Foto de 1976. Na presença do futuro Presidente
                                                 Gal. Figueiredo e do Gov. Guazelli, eu no fundo
                                                 discursando no Programa de Eletrificação Rural do Badesul.

Entretanto, o que me chamou atenção foi a pergunta, quem é você ?  Quem pensa que é ?  Puxei pela memória e descobri que há quarenta anos, quando eu era diretor vice presidente do BADeSul, em Porto Alegre, um personagem poderosíssimo me fez idêntica pergunta. Acho que o fato merece ser relatado . Faz parte da minha história.

                                            Como diretor do Badesul, em 1978, fazendo palestra.
                                         Tinha 39 anos. Foi quando ocorreu o episódio com o Pres. Geisel.

A minha secretária no BADESUL entrou nervosa na minha sala e me disse que estava com uma ligação telefônica de Brasília na linha diretamente do Palácio do Planalto. O Presidente Ernesto Geisel queria falar comigo.

- O próprio Presidente ?  Perguntei incrédulo.
- Ele mesmo.

Pelo inusitado, mandei chamar urgente meu assessor e dois gerentes da minha área, que era a operacional. Coloquei o telefone no viva voz e me preparei para ouvir de que se tratava.

- Aqui quem fala é o Presidente Geisel. Arrumei uns minutos na minha agenda para falar com o senhor sobre uma operação de empréstimo pelo FUNGETUR para o hotel Tal .... que o proprietário do hotel, que é meu velho amigo, me disse que está em suas mãos . Ele me falou que o senhor é contrário à operação.

- É verdade, Presidente.

- Mas se trata de uma operação de interesse para o turismo de Gramado e tem que sair.

- O endividamento do hotel é de 39 vezes. O hotel tem um cruzeiro para 39 de dívida. E não tem garantias adequadas. Meus técnicos deram parecer contrário.

- são burocratas. Se trata de ter um entendimento superior.

- Presidente, sei que Vossa Excelência está bem intencionado. O hotel é importante é o proprietário é pessoa séria, mas infelizmente tenho regras a cumprir que não passo deixar de atender.

- Mas quem você pensa que é para deixar de atender uma determinação do Presidente do Brasil ?

- Desculpe Presidente, mas se Vossa Excelência quer saber quem eu sou, por favor pergunte a seu irmão BERNARDO Geisel, ele me conhece bem, mora no mesmo edifício que eu.

- O senhor é , com certeza, é um impertinente. Passe bem.

Aos que duvidam, ainda tenho testemunhas vivas desse diálogo. O empréstimo foi carreado para outro banco oficial . Deu no que deu.

Fico pensando , serei mesmo impertinente ?  Ou cumpridor das regras e dos meus deveres ?  

QUE MENTIRA FOI ESSA ?

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018


Porto Alegre.  21 de fevereiro de 2018



Sr. Presidente do Conselho Deliberativo,



 Recebi a sua correspondência tecendo questionamentos sobre a minha carta de renúncia, que apresentei ao CD em 1 de fevereiro, somente na tarde do dia 16, por e-mail.

Em primeiro lugar lamento por ela ter chegado tão tardiamente às minhas mãos, só depois que eu fiz a postagem no meu blog transcrevendo a minha carta de renúncia. No dia anterior havia recebido e-mail da Secex solicitando a devolução da credencial de ingresso no Mourisco e do Ipad, por conta do término do mandato, o que me pareceu ser a comunicação oficial

Não pretendo polemizar aqui a respeito dos pontos elencados em sua ampla resposta,  procurando desqualificar minhas justificativas para a renúncia.  Gosto do debate, faz parte de minha formação jurídica, mas vou deixar a polêmica e o material que disponho para o debate público ou para responder eventuais ações judiciais, individuais ou coletivas, que sua correspondência deixa antever em seu final. Acho, caso suscitem essa exposição pública, que a mesma será saudável para a transparência do nosso fundo de pensão. Só tenham certeza de uma coisa: - ameaças nunca me intimidarão. Dar conhecimento a todos é uma mera obrigação de transparência.

Faço, porém,  uma reparação que não posso deixar  passar, por sua gravidade.  Eu não minto.  Eu não falo inverdade.  Eu não conto fato inverídico.  Eu não distorço.  Quando eu me refiro que a remuneração variável da diretoria ( bônus) foi decisão no conselho deliberativo por voto de minerva dos indicados pelo Banco isto não é uma “afirmação inverídica”, como Vossa Senhoria afirma em sua correspondência. Isso ocorreu na reunião do Conselho Deliberativo de julho de 2014.  Procure se informar a respeito. Leia a ata da reunião. Leia o meu blog dessa época. Os protestos generalizados. Falsear com a verdade é escrever que não ocorreu voto de minerva na sua gestão nem do seu antecessor, e deixar de se referir ao antecessor do antecessor, no caso o Presidente Robson Rocha. E´ contra esse tipo de postura maliciosa que me rebelo. E´ contra esse tipo de atitude que me revolto e não consigo mais conviver um minuto sequer. Só por isso a sua correspondência já mereceria reparo e sua afirmativa de que cometi afirmação “inverídica” representa uma infração a dispositivos legais que tratam de crimes contra a honra.

Também não posso deixar de me referir a uma injustiça cometida em sua correspondência quando trata do complexo hoteleiro de Sauípe e insinua que eu poderia ter contribuído para a solução melhor do problema. Tivessem seguido as sugestões do Conselho Fiscal proferidas em 2004 e 2005, o prejuízo teria sido muito menor. Mas o que me revolta não é a injustiça comigo, mas com a memória de um extraordinário colega, conselheiro indicado pelo Banco, Rolf Von Paraski, já falecido, que foi o relator da matéria e realizou um profundo e extraordinário trabalho, elogiado por todos. No meu livro, o Conselho Fiscal nas Empresas e nos Fundos de Pensão, consta o seguinte: “Talvez o trabalho mais significativo realizado pelo Conselho Fiscal na minha gestão como presidente foi o realizado no Complexo Hoteleiro Costa do Sauípe. Foi produzido um documento especial com cerca de trinta recomendações de saneamento, contendo elementos relacionados com aspectos jurídicos, contábeis, operacionais, financeiros e administrativos, contendo várias páginas e fundamentado em larga pesquisa, inclusive visita local ao complexo hoteleiro. E´ um trabalho que orgulharia qualquer conselho fiscal ou comitê de auditoria do mundo inteiro”. O atual conselheiro deliberativo Eduardo Pasa, para quem presenteei o meu mencionado livro, tem pleno conhecimento da competência e do trabalho do Rolf na Previ. Tamanha injustiça conosco doeu na minha alma, Rolf !

                                                         Com Rolf Von Paraski
                                                     O Conselho Fiscal 2004/2006


Por fim, e por enquanto, quero aqui dizer que sua correspondência me foi extremamente útil. Se alguma dúvida ainda tinha a respeito de minha decisão de renunciar, especialmente por causa do pouco tempo restante para o encerramento do mandato, sua correspondência teve o condão de dissipar, dando-me a certeza do acerto da minha opção.  Pois é contra essa redação de sua correspondência, tergiversando sobre a realidade dos fatos, procurando desqualificar quem diverge e critica, como faz costumeiramente a Previ contra aquele que escreve ao fundo solicitando esclarecimentos e providências, produzindo respostas que primam pela arrogância e por  omitir aquilo que desfavorece a Previ e seus dirigentes,  sim, é  tudo isso que não consegui mais suportar e estimulou  a minha renúncia.  Lamento os termos de sua correspondência se referindo a que eu fiz uma afirmação “ inverídica” . O fato de sua correspondência ter sido publicada em blogs, a pedido da chefia de gabinete do diretor presidente, me obriga a divulgar a presente no meu blog como réplica.

Atenciosamente

JOSE BERNARDO DE MEDEIROS NETO

P.S.  Anexo duas fotografias. Uma com o saudoso colega Rolf Vom Paraski. Outra, uma homenagem que presto ao conselho fiscal, por mim presidido, que produziu um relatório extraordinário sobre o Complexo hoteleiro de Costa do Sauípe, apresentando mais de trinta sugestões de saneamento.  E anexo uma postagem do meu blog sobre a decisão do CD de conceder bônus a diretoria através do voto de minerva do presidente Robson Rocha, para refrescar a memória.


CARTA DE RENÚNCIA A PREVI ( última parte )

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018


Tendo em vista inúmeros pedidos, vou antecipar a publicação da parte final de minha carta de renúncia, que faria em duas etapas. Agora vai o texto integral, embora longo. Suprimi pequenos trechos, atendendo parecer de meus advogados. Tenho sofrido ameaças de ações judiciais e represálias. Mas não vou recuar. Volto a pedir a compreensão dos colegas, das pensionistas, dos aposentados e dos participantes da ativa da Previ, cujo futuro me preocupa, sendo que a minha carta de renúncia é minha contribuição para que se efetuem melhorias. Quando assumi, em meu primeiro dia, lá na Previ, afirmei que era pé quente e que o imenso déficit daquela época iria ser superado. Riram de mim. Graças ao desempenho da bolsa estamos de novo no azul. E´ preciso que este superávit seja destinado a quem de Direito, aos donos da Previ, os participantes, jamais ao patrocinador. Abaixo o texto final.

                                                      -o-o-o-o-o-o-o-
                                   
"Por último, preciso falar de governança, uma bandeira que a administração da Previ tem desfraldado para diferençar de outros fundos de pensão, tendo passado por esse motivo imune pela CPI.
Não acho que tenha havido boa governança no caso do complexo hoteleiro de Sauípe, recentemente vendido, com imenso prejuízo ocasionado à Previ, pelos aportes financeiros feitos ao longo de todos esses anos que, atualizados, superam a casa de um bilhão de reais. Gerentes e conselheiros da Previ participaram também do conselho de administração e fiscal da Sauípe, situação que denunciei por ocasião da novembrada. Lembro aqui que foi enfatizado, numa reunião do Delib, ocorrida no segundo semestre de 2014, ao justificar pedido de auxílio financeiro ao complexo hoteleiro, que a partir daquele momento Sauípe passaria a dar lucro e não necessitaria mais ser socorrida pela Previ. Li agora, na correspondência que encaminhou a venda do complexo, que a diretoria da Previ concedeu novos auxílios financeiros em 2015 e 2016, perfazendo cerca de quarenta milhões de reais, aumentando, assim, o prejuízo acumulado.
Por esse motivo, estou preocupado com o que está acontecendo com a INVEPAR, que, como todos sabem, vem enfrentando  problemas de ordem financeira, onde o diretor Renato Proença, justamente responsável pela área de governança da Previ, é conselheiro de administração.
Ninguém pode servir a dois senhores, ensina a Bíblia. Essa prática não dá certo quando acontecem operações financeiras entre ambos e os interesses se sobrepõem. Por isso defendo atualmente a tese de que diretor da Previ não pode e não deve fazer parte de conselho de administração de empresas participadas, até porque os afazeres de seu cargo são extremamente abrangentes e merecem atenção redobrada e dedicação exclusiva.

Um dos princípios de governança corporativa é promover a integração dos órgãos colegiados e dos conselheiros com os gestores executivos. A Previ promove encontros de governança para os conselheiros de empresas participadas e não promove encontros internos para a integração de seus conselheiros deliberativos, fiscais e consultivos com os diretores.
Na primeira reunião do Delib de que eu participei houve a constituição dos comitês de assessoramento. Eu me candidatei a todos eles e fui derrotado sistematicamente por cinco votos a um, tendo a meu favor apenas o voto de meu companheiro de chapa. Fui claramente discriminado por ser de oposição. Fiquei fora de todos os comitês. Isso é integração ? Isso é governança ? Trazia em minha bagagem uma larga experiência na área, como ex presidente do conselho fiscal da Previ, com livro publicado, um dos líderes de venda nos Congressos da Abrapp, presidente de associação,  contabilista e advogado atuante.
Além de experiência, trazia também conhecimentos avançados na área das probabilidades algorítmicas e de investimentos em renda variável. Prova de minha habilitação é que minha pontuação no ranking de conselheiros de empresas da Previ é elevada, 69 pontos, no 45°lugar.
Governança supõe trabalhar junto, tirar proveito de divergências de opinião e de ideias. A Previ infelizmente não tem mostrado nenhuma vocação para lidar com divergências e críticas. Quem diverge é tratado como inimigo, especialmente quem procura defender os participantes e resistir aos interesses e investidas do patrocinador Banco do Brasil, que historicamente vem se beneficiando da Previ e continua ganancioso em suas pretensões.
Como já foi dito, a Previ enfrenta problemas de transparência na comunicação com os participantes. Claro que existem assuntos sigilosos de ordem operacional, mas diversas deliberações, em meu entendimento, poderiam e deveriam ser divulgadas, para conhecimento dos participantes, que devem saber e acompanhar o que se passa em seu fundo de pensão, para poderem cobrar atitudes dos eleitos.
Na condição de conselheiro deliberativo tive problemas de obtenção de documentos e de informações. Foi necessário , através de correspondência protocolada, ameaçar de dar queixa policial de subtração ou de ajuizar mandado de segurança para conseguir obter o conteúdo do TAC, enfrentamento que durou todo o segundo semestre de 2014 e os primeiros meses de 2015, causando enorme desgaste. Precisava chegar a esse  ponto? Sabido que os conselheiros tem direito ao acesso de toda a documentação.
Tenho outras matérias que alimentam o meu desconforto, de igual ou até de mais relevo, como, por exemplo, a questionável seleção de conselheiros para empresas participadas,  o teto dos benefícios, a questão da sétima e oitava horas, as pendências com o Banco do Brasil sobre o BET, os controles internos sobre os investimentos, como o Fip Brasil,  mas essa carta de renúncia já vai longa, não comporta outras considerações, pois, creio, as alegações  aqui contidas já são suficientes para justificar  a minha renúncia.
                                                         
-o-o-o-o-o-


Lamento renunciar meu mandato. A renúncia sempre é uma atitude penosa e necessita de firmeza. Martha Medeiros, escritora gaúcha, minha sobrinha, escreveu que “ou a gente se acomoda e finge que está tudo bem, distribui sorrisos e desculpas esfarrapadas, se submetendo a uma farsa, ou encara a situação, mostra que é digno, autêntico, assume os riscos de sua decisão, demonstra sua independência e escreve sua história”. Eu tenho uma história a zelar. Não posso contraria-la nessa altura de minha existência, às vésperas de completar oitenta anos. Sigo o exemplo de meu pai, advogado do Banco do Brasil, que renunciou ao cargo de juiz em Uruguaiana por não aceitar interferência política. Procuro honrar sua memória.
Foi com sofrimento, acredite, não foi fácil, que resisti até aqui o exercício de meu mandato. Tenho testemunhas de meu permanente, desgastante e desigual esforço pela defesa dos direitos e interesses dos aposentados e pensionistas perante o patrocinador Banco do Brasil durante todos esses 44 meses intermináveis, bem como pela minha luta pelo fortalecimento da Previ como instituição que nos garanta um padrão de vida digno no ocaso de nossas vidas e não apenas uma mera pagadora de benefícios. E´ com pesar que me vejo obrigado a renunciar próximo do fim. Saio, entretanto, de consciência tranquila, cabeça erguida e com o senso do dever cumprido.
Faço votos de que as minhas ponderações, feitas com o melhor propósito, como sempre fiz, sejam objeto de reflexão e quem sabe de tomada de providências, bem como que respeitem minha atitude.
A propósito, como é ano eleitoral, para que não seja mal interpretado, declaro que não sou candidato a nada."

Atenciosamente

José Bernardo de Medeiros Neto

CARTA DE RENÚNCIA A PREVI. ( 1 )

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Atendendo a inúmeros pedidos de colegas, participantes e eleitores, que me apoiaram nas eleições de 2014 para a Previ, que manifestaram o desejo e alegaram o direito de conhecer as razões de minha renúncia ao cargo de conselheiro deliberativo suplente, que apresentei no dia 1 deste mês, sinto-me na obrigação de publicar a carta.  Como sempre defendi a transparência e o direito dos participantes saberem o que se passa no seu fundo de pensão, entendo que esta  atitude está coerente com esses princípios, que, na minha opinião, são saudáveis e se inserem numa política de plena integridade, tão apregoada  ultimamente para coibir corrupção.


Não havia divulgado a carta de renúncia até agora porque ainda nada tinha recebido da Previ.  Mas ontem me chegou e-mail da secretaria do conselho, solicitando devolução da credencial de acesso ao Mourisco e do iPad, conforme mandam os normativos,  por conta do TÉRMINO DO MANDATO. Em vista disso, após consulta a colegas que me acompanham, face ao "ENCERRAMENTO DO MANDATO",  me considerei liberado de qualquer vínculo administrativo com a entidade e apto para informar os termos de minha carta de renúncia, onde estão explicitadas as minhas principais justificativas.  Como a carta é longa, seis páginas, publicarei em três etapas, para a devida análise de vocês. Ela foi dada a conhecer, previamente,  a alguns colegas e algumas entidades que me apoiaram, para apreciação.  Agradeço a reserva mantida, mas soube que já está começando a vazar. Inclusive com algumas alterações e variações. Então, para evitar mal entendidos,  aqui está na sua íntegra. Agradeço a compreensão.

                                          -o-o-o-o-o-o-



"Porto Alegre, 1 de fevereiro de 2018


Sr. Presidente do DELIB,


Sinto-me no dever de apresentar a minha renúncia ao cargo de conselheiro deliberativo suplente da Previ, para o qual fui eleito com expressiva votação, tendo tomado posse em 1 de junho de 2014.  Embora faltando apenas quatro meses para o final do mandato, não tenho mais condições de exercer o cargo, por discordar de fatos e de algumas decisões tomadas ultimamente, com as quais impossível conviver.

Entre essas decisões, destaco a que criou, na reunião do Delib de 15 de dezembro, o comitê de auditoria, com o propósito de procurar contemplar recente proposta do CNPC para entidades consideradas sistemicamente importantes.

A composição escolhida, em meu entendimento, confronta com o espírito da resolução do CNPC, que pretende ver no comitê, no mínimo, dois membros independentes, para estabelecer mais autonomia ao órgão.

Dessa forma me parece que o órgão nasce aleijado, e por isso acho que terá dificuldades de atuação perante o conselho fiscal e as auditorias, já que, conforme anunciado, terá que revisar as demonstrações contábeis.

Outra decisão que me desagradou, foi a que aprovou, por cinco votos a um,  na mencionada reunião de 15 de dezembro, indicadores para a remuneração variável da diretoria referente ao exercício de 2018 e estabeleceu alterações em alguns dos pressupostos. A maioria dos participantes reprova a remuneração variável para os diretores da Previ. Alguns chegam a denomina-la de “bônus abutre”. Outros argumentam que houve deliberação em causa própria pelos indicados do Banco do Brasil, já que ocorreu voto de minerva. Os indicadores são questionados, especialmente os acionadores do pagamento, que foram mudados anteriormente. Essa decisão, portanto, interessa aos participantes. Ela não foi divulgada aos participantes, contrariando as regras de transparência e o que foi combinado. Essa política de comunicação, que omite informações relevantes aos participantes e amordaça os conselheiros eleitos impedindo-os de fazer divulgação ampla, sob o manto de um rigoroso Código de E´tica e de Guia de Conduta, tem sido alvo de permanente reclamação desde que assumi. Tem melhorado, mas ainda deixa muito a desejar.

Não pude deixar registrado na ata da reunião de 15 de dezembro, como gostaria, o meu desconforto, dando amplitude ao voto contrário,  porque, embora com direito a voz, decisão do Delib, em meados de 2015, proibiu os conselheiros suplentes fazer quaisquer registros nas atas, como anteriormente eu vinha fazendo de maneira sistemática, estabelecendo, a partir daí uma barreira silenciosa intransponível. Se pudesse registrar minhas inconformidades, talvez não precisasse renunciar.

Não sou contra o pagamento de uma justa remuneração aos gestores da Previ. Considero, entretanto, um equívoco querer confundir a Previ com o Banco do Brasil nesse tocante, adotando para ambas um critério similar de remuneração variável, salvo alguns indicadores específicos. São duas instituições diferentes. Uma é sociedade anônima e a outra é um fundo de pensão. Uma visa o lucro e a satisfação dos acionistas. A outra tem por objetivo o pagamento de aposentadorias e pensões, tendo como norte o equilíbrio atuarial. São como óleo e água. Não se confundem.

O pagamento dessa generosa remuneração variável, de seis salários, que podemos também classificar como uma gratificação ou bônus, aos diretores da Previ é incabível. Talvez só se justificaria, no consenso de alguns, se o déficit acumulado, que ainda persiste, em torno de cinco bilhões, fosse zerado, e o superávit obtido pudesse de novo ensejar pagamento de BET aos participantes e suspensão das contribuições. A circunstância de que o atual resultado evitou contribuição extraordinária, como está ocorrendo em outros fundos de pensão, que tem sido alardeada, não é suficiente, pois se sabe que grande parcela do resultado não é produto de gestão, mas se deve unicamente a melhoria da bolsa de valores, que passou de 50.000 pontos para 77.000 em 2017.

Acresce, ainda, o fato de que os diretores da Previ participam de conselhos de empresas, onde são regiamente remunerados, sabido que alguns conselhos pagam honorários elevados, o que, sem dúvida, é mais um atrativo para o cargo. Antigamente o Banco do Brasil colocava um limite de ganho aos funcionários da ativa, obrigando a doação do restante para entidades filantrópicas, como a Fundação Cultural. Hoje esse freio não existe mais. Atualmente, o Presidente Gueitiro e o diretor Marcel são conselheiros da Vale. O diretor Renato Proença é conselheiro da Invepar, o diretor Marcio da Neo Energia, a diretora Cecilia da Embraer, todas importantes empresas. Somando esses honorários com a remuneração fixa da Previ resulta numa expressiva quantia, desproporcionada se comparada com a média dos benefícios, ainda mais na presente conjuntura quando ocorreu um pífio reajuste dos benefícios em janeiro, da ordem de apenas 2,06%, motivo pelo qual me parece que a remuneração variável se antes já era reprovável, agora, com esse reajuste mínimo, se torna imprópria e inadequada.

Outra circunstância que aumenta o meu desconforto é a que diz respeito ao departamento jurídico da Previ.  Quando fui intimado pela auditoria interna para responder processo de quebra de sigilo, autorizado pelo Delib, encaminhei correspondência de defesa onde chamava a atenção de que a auditoria ocuparia melhor o seu precioso tempo examinando o departamento jurídico, há quinze anos sob a chefia do mesmo consultor, para levantar possíveis irregularidades no setor, algumas das quais eu alinhava, inclusive com relação a custos, pois as despesas jurídicas eram elevadas, depois do pessoal, a rubrica maior. Minha sugestão não foi levada adiante. Morreu junto com meu processo.

Ano passado surgiu a informação no Delib de que denúncia anônima a respeito de uma vultosa ação de arbitramento movida por Daniel Dantas, da ordem de bilhões de dólares, lançava suspeitas sobre os principais gestores do Departamento Jurídico, sendo que quatro foram, então, afastados de suas funções e voltaram para o Banco do Brasil. Entretanto, a partir daí reina o silencio a respeito das responsabilizações e das medidas administrativas correspondentes. Na última reunião, o atual consultor jurídico relatou um caso de economia de quantia bastante grande, num contrato, declarando que aquilo era apenas um pequeno sinal do “descalabro” que encontrou no setor. Acho que sem que esse episódio seja devidamente passado a limpo e clareado, se houve culpa ou não, se houve má fé ou não, qual a extensão das irregularidades, os gestores e conselheiros poderão ser considerados cúmplices ou acobertadores. Impossível conviver com essa situação, que necessita ser esclarecida, aprofundada e devidamente saneada, com urgência, aplicando-se as punições e responsabilizações, se for o caso. "

( continua na próxima postagem, dia 20 )

CORAGEM DE DENUNCIAR

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

A Beija Flor ganhou, mais uma vez, a 14 vez, o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Ganhou apertado, por um décimo de ponto da Tuiuti. Ambas apresentaram um enredo crítico e de protesto.


Foi a vitória da coragem de mostrar o Brasil como ele está atualmente, repleto de problemas de ordem social, política, administrativa, moral e econômica.  Um Brasil violento, cheio de injustiças, de roubos e de corrupção. Um retrato cruel, doloroso, mas necessário.

Vamos continuar enganando ou está na hora de mostrar a realidade ? 

Parabéns para a Beija Flor.  Foi um desfile emocionante. Real.

Um tiro nos políticos inescrupulosos, um tiro nos gestoras corruptos, um tiro nos administradores desonestos, um tiro nos juízes complacentes, um tiro naqueles que vem transformando este país numa Venezuela.

Fiquei extremamente feliz com o que assisti no desfile das escolas de samba. Parece que o povo finalmente está acordando. Se dando conta que estão fazendo as pessoas trabalhadoras e honestas de palhaços.

As coisas têm que começar a ser endireitadas.  Cada um de nós tem que fazer a sua parte. Tem que denunciar. Tem que responsabilizar. As escolas de samba deram o seu recado. Só uma esbanjou luxo, fantasia, alienação. Todas as demais estavam engajadas num objetivo maior, mostrar a realidade. Fazer um protesto. Lançar um grito de alerta.

Uma das alegorias mostrava a Petrobras e a corrupção que se instalou na estatal. Uma lição para todos nós. Como isso foi possível ?  No próximo ano é bem provável que saiam alegorias sobre o Correios é sobre a Caixa Econômica Federal, pelo que ultimamente tem sido divulgado na imprensa.

E o nosso Banco do Brasil como está nessa parada ?  O ex presidente Bendine está preso e processado. Aguardamos as manifestações do Mantega e do Palloci para avaliar o sistema financeiro.

Falando nisso, ontem a bolsa reagiu positivamente e as ações da Vale subiram bastante.

O ano começa hoje. Vamos que vamos.




CARNAVAL CHEGANDO..."MAIS DE MIL PALHAÇOS..."

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O Carnaval está batendo na porta. Os tamborins estão aquecendo. A folia vai começar na sexta e vai até quarta feira da próxima semana. O Brasil, país do carnaval, vai parar.

Em anos anteriores eu participava efetivamente do carnaval. Entrava em blocos. Desfilava em escolas de samba. De preferência na bateria, na ala das cuícas. Ia a bailes.  Agora estou mais calmo. Evito a violência e as drogas que rolam nas madrugadas. Neste ano irei para a praia. Vou quinta e retorno quarta.

Sei que a praxe é que tudo comece de verdade a partir da quarta feira de cinzas. Aí começa o ano, conforme o adágio popular.

Só que tem muita coisa acontecendo, que nos afeta.

Hoje, terca,  por exemplo, tem importantíssima reunião em Brasília sobre a CASSI.  Foram convocados os participantes da mesa de negociação com o BB.  Tem vários problemas envolvendo a CASSI.  Tem o resultado da consultoria, tem o prejuízo acumulado, que alguns calculam em 500 milhões, tem as resoluções recentemente baixadas pelo Governo, tem a indisposição do BB de assumir sua parte na solução, especialmente com relação aos aposentados.

As resoluções falam que serão respeitados os direitos adquiridos.  Mas temos que deixar as barbas de molho. Eu estou elaborando um documento que vai me proteger. Depois de pronto vou divulgar. Quem quiser aderir será benvindo.

Já fiquei sabendo que o BB vai adiantar 320 milhões para a CASSI a fim de evitar intervenção da ANS.  Breve vai sair comunicação oficial a respeito. Não teve outra saída para o BB.

As bolsas caíram de 85.000 para 81.000, com realização de lucros e mau humor externo com a elevação dos juros nos EEUU, mas hoje estavam se recuperando e chegando nos 84.000. A bolsa é importante para nós na Previ.  As ações da Vale, conforme foi divulgado, a partir deste mês começam a ser cotadas a valor de mercado. Antes era por valor econômico.  Já estiveram a R$ 44,00, hoje andavam a R$ 42,00.  Quanto mais valorizadas melhor para nós, pois poderão gerar o superávit que tanto ansiamos para sustentar as nossas reivindicações de melhorias e ter a necessária tranquilidade no findar de nossas existências.

Vamos entrar no clima carnavalesco ?  "Tanto riso, tanta alegria, mais de mil palhaços no salão". Não, não devemos aceitar vestir a fantasia de palhaço. Temos que ir para as ruas sem máscaras, sem o nariz de palhaço. Chega ! Não é ?

Um feliz carnaval para todos.  Após, os assuntos mais sérios começarão a ser debatidos.  Com certeza. Meu Deus, tem muita coisa. Nem sei por onde começar.

Vamos que vamos. Até.

MEDEIROS RENUNCIA MANDATO NA PREVI

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Juro que não pretendia retomar as atividades do blog com a manchete bomba acima.


Entreguei minha carta de renúncia para a eficiente gerente geral da Secex, Fernanda Fauslich, pessoalmente, para ser aberta no dia 1 de fevereiro pelo Presidente do Conselho Deliberativo da Previ, Walter Malieni Júnior.  A analista e gerente substituta, Ana Maria dos Santos, sempre atenciosa, em contato telefônico,  me confirmou quinta feira passada, que o documento havia sido devidamente encaminhado ao Presidente.

Até agora nada recebi oficialmente da Previ e no site dela nada foi publicado a respeito . Entretanto, alguma notícia já começou a vazar nos corredores da Previ e alguns telefonemas curiosos me chegaram no celular, indagando se a renúncia era verdadeira e irrevogável.

Por isso resolvi fazer a presente comunicação, para evitar mal entendidos ou distorções. Todos sabem que minhas atitudes são claras e objetivas. Não gosto de confusões.

Embora faltando apenas quatro meses para o término de meu mandato de quatro anos, me senti no dever de apresentar minha renúncia em virtude de inconformidades que me deixaram desconfortável, as quais detalhei na minha carta.

A minha decisão não foi precipitada nem emocional. Também não tem fins eleitorais, pois já declarei que não sou candidato na eleição que se aproxima, inclusive tendo recusado honroso convite. Conversei com colegas que me apoiaram na eleição de 2014, em especial com a diretoria da AFABB RS.

Por enquanto é isso.  O blog mais uma vez notícia em primeiríssima mão. Nesse caso dei prioridade a Previ. Não aconteceu. Estamos aqui.

Aos poucos as razões serão conhecidas. Tive a intenção de colaborar , como sempre, para a melhoria de nosso fundo de pensão.

Sou pé quente, conforme sempre tenho afirmado. Assim como da outra vez, do conselho fiscal, entrei com um baita déficit e saio com esse déficit zerado, o que aconteceu no dia 24 de janeiro, quando a bolsa de valores bateu nos 85.000 pontos. No meu primeiro dia de mandato, declarei isso numa reunião na Previ e todos riram. Ninguém acreditou. Pois está aí. E mais, neste mês da fevereiro teremos superavit.

Espero que meus prezados eleitores compreendam meus motivos, me apoiem e tenham a certeza de que procurei honrar o mandato que me outorgaram e os princípios e ideais que nos fizeram vitoriosos nas eleições de 2014.

Um ótimo final de semana. Estou na Praia. Tem show da Anitta, do Luan Santana. Sol e mar.  Céu azul. Pastel de camarão  Bom demais. Segunda retorno à Porto Alegre,  a semana promete.

Obrigado. Vamos que vamos !