BB, A MÃE BRASILEIRA ?

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Domingo se comemora o dia das mães, uma data tradicional, respeitosa, merecida, mas que o comércio deturpou, transformando a num lucrativo negócio.


Outro dia um colega aposentado lembrou que antigamente nós tínhamos o BB como uma outra mãe, tal a generosidade com que seus funcionários eram tratados.  A mãe brasileira.  Mas que hoje o BB virou uma madrasta gulosa e malvada.

Não gosto dessa comparação pejorativa com madrasta. Como advogado conheço muitas madrastas que são melhores mães do que as próprias mães.

Mas que aquele BB de outrora mudou, mudou.

Aquele BB nos surpreendia com gratificações extraordinárias magníficas, que nos permitiam comprar   automóveis, viajar, botar as financas em dia. Bons tempos. Éramos felizes. Alguns não sabiam.

Por que mudou ?  Antes no escopo do BB figurava, junto com a satisfação do Governo, dos acionistas e da sociedade, também cuidar do bem estar de seu funcionalismo, para que este permanecesse no banco e cumprisse melhor o seu trabalho.

Aí mudou o escopo. O ex diretor Caetano, aquele da engenharia financeira de 1997, anunciou ao mercado que o funcionalismo não fazia mais parte do foco do banco. Das quatro finalidades, agora eram três. E que a partir daquele momento o BB passaria a reduzir despesas com o funcionalismo para se igualar aos demais bancos, especialmente ao Bradesco. Se iniciava a chamada bradescalizacao do BB.  

Na PREVI  também houve uma significativa mudança do escopo, que poucos se deram conta. Eu fui talvez o único a reclamar. O antigo era pagar uma aposentadoria digna e justa. O de agora é apenas garantir o pagamento da aposentadoria. Está na missão. Leiam.

Quando falamos em melhorias de benefícios no fundo estamos ainda nos referindo ao antigo escopo. O atual não permite sonhar com melhorias. Só em garantir o pagamento do benefício.  E nem sequer estabelece qual benefício garante.  Se o contratual, se o legal, se o possível.

Assim sendo, para mim comparar o BB de hoje, com seus mercantilistas vice presidentes e cerca de suas quarenta diretorias, com madrasta , é desrespeitoso e inadequado. Melhor seria compara lo com a Sofia, a vilã da novela das 21,30 da Globo, pois para quem trabalhou e vivenciou o BB de antes, o de agora nos parece algoz , como pode ser visto na proposta que apresentou recentemente para a CASSI e nas milhares de ações trabalhistas relativas a sétima e oitava horas,  e nos situa no OUTRO LADO DO PARAÍSO.

Desculpem a franqueza e o amargor, mas é o que eu penso.

21 comentários:

Anônimo disse...

Mais um post maravilhoso, dr Medeiros. Deveria ser multiplicado e distribuído. Parabéns.

Oscar

Anônimo disse...

Genial a comparação com a Sofia. Essa é a cara atual do BB. Deviam contratar a Marieta Severo para fazer publicidade do BB.

Anônimo disse...

O Chico Buarque deve ser cliente preferencial.

Anônimo disse...

Isso é matéria para o mestre Aristophanes se manifestar. Ele é parte da história. Belo texto.

Anônimo disse...

Medeiros você escreve cada vez melhor. E como vinho.

Ademir

Anônimo disse...

Expressou o que eu sinto.

Uerezinha

Anônimo disse...

Caríssimo e Brilhante Advogado Doutor José Bernardo de Medeiros Neto,

"Aquele BB nos surpreendia com gratificações extraordinárias magníficas, que nos permitiam comprar automóveis, viajar, botar as financas em dia. Bons tempos. Éramos felizes. Alguns não sabiam."

Se minha memória não me falha, em 1965 deixei o curso de Odontologia após um ano cursado, e ingressei no BB, pelo motivo de que os advogados, professores, engenheiros e de outras profissões trabalhavam no BB e tinham uma condição de vida segura e confortável.

Quanto aos benefícios extras estávamos sempre à frente dando nossa maior contribuição ao Brasil, trabalhando muito além de qualquer horário fixado pelas leis, na época vigentes.

Sempre que o BB disponibilizou pagamentos extras, gratificações, foi no sentido de corresponder aos nossos trabalhos, dedicados e sem limites.

Verdade, tenho saudades daqueles tempos em que amei aquele BANCO DO BRASIL S/A.

Meu respeito à sua inteligência,

Ghost Writer





edmilson lopes de sousa. disse...

Virei cervejeiro.Gosto tanto do Banco do Brasil, mas tanto, que,quando bandidos detonam as agências, desde que não matem funcionários, clientes, moradores,bebo cerveja.Faz mais de 3 anos que transferir meu trocados para a CEF,onde sou bem aceito.Raramente,piso o pé do autoatendimento do BB.

Anônimo disse...

Prezado Medeiros,
Mais um belo post, como sempre. Continue nos brindando com o brilhantismo dos seus escritos

Medeiros disse...

Bolsa fecha abaixo de 83.000. Dólar sobe. Amanhã sai lucro da Petrobrás. Estrangeiros tiram um bi. Aeroporto de Viracopos pede recuperação judicial. Maus sinais. Juros sobem nos EEUU.

Anônimo disse...

Poxa ! O Lula preso. O Temer na corda bamba. Os militares se manifestam. Uh !

Anônimo disse...

Grande post. Essa é a nossa realidade. Acertou na mosca.

Anônimo disse...

Esse Medeiros tem humor. Sofia ? Kkkkkkkkkkk. É mesmo.

Aristophanes disse...

Colegas anônimos.
Dos 13 comentários, até as 20:44 de hoje, 11 são de anônimos, 1 do Edmilson Lopes de Sousa e outro do próprio Medeiros.
O Banco do Brasil foi marcado por distintas gerações de funcionários. Não quero realçar diferenças, nem aprofundar separações mas, os que ingressaram nos últimos 50 anos do século passado são os que tiveram a felicidade de viver a maior epopeia do BB e testemunhar, como atores, o que o Medeiros descreveu, em síntese magistral.
Por isso, lamento não ver as faces de vocês, anônimos.Fica difícil a gente conversar sobre um tempo tão distinto, sem nos conhecermos.
Não sou saudosista. Compreendo tudo o que o os novos tempos nos oferece. Só a Pessoa Jurídica Banco do Brasil me toca, hoje, em minhas inquietações, pois aquela geração tem uma dependência vital do bloco BB-PREVI-CASSI.
Abraço a todos.

Anônimo disse...

Prezados colegas,

Não foi só o BB que mudou. Tudo mudou. Eu entrei no banco no final de 1979 e o comentário era que o banco já não era o mesmo. Ao longo do tempo as mudanças aconteceram e não percebemos como deveríamos ter percebido. O Banco já não precisava tanto de nós mais. Os que entraram no banco bem antes de mim foram os pioneiros. Levaram o desenvolvimento por esse Brasil afora muitas vezes em precárias condições de habitação, transportes, escolas, assistência médica, com diversos tipo de dificuldades e muitas vezes e com baixa qualidade de vida desbravando esse Brasil e levando desenvolvimento econômico e social as comunidades do interior. O Banco chegava com seus funcionários trazendo progresso. O banco desbravava e depois vinham os bancos particulares na esteira do desenvolvimento propiciado pelo BB.

Anônimo disse...

Sobre a Previ termudado sua missão acheiinteressante, nunca ninguém falou. Garantir pagamento de aposentadoria não é missão é obrigação. Obrigado dr Medeiros

Anônimo disse...

O mestre Aristophanes sempre dá aula, bom de ler. Valeu.

Odair

Anônimo disse...

Dr. Medeiros,

O Senhor leu todo o relatório da Accenture?

Obrigado.

Medeiros disse...

O relatório da Accenture sobre a Cassi é uma peça enorme. Tenho outras prioridades. Na Afabb Rs o Lahorgue e o nosso especialista na Cassi. Só me interessa no relatório a parte jurídica. Mas algo li, sim. E fiqueii impressionado com alguns números. Ficou claro que há problemas de gestão e que há culpa do BB.

Anônimo disse...

Faça um post sobre a Cassi, dr.

Anônimo disse...

O BB quer que a gente leia o relatório. Por que será ?